segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Máscara da miséria corrompida

Estava eu e um amigo Moçambicano andando na Av. Vladimir Lenine, em Maputo, cerca das 21h00, quando fomos interceptados pela policia, que costumam ficar 2 a 2 nas ruas. Fardados de cinzento e apetrechados com uma K não sei quê, metrelhadoras da Rússia, perguntaram-nos pela identificação. Disse-lhes que estava em casa, mas que poderia ir buscar. O meu amigo Moçambicano mostrou o seu BI. Pediram para ver a minha sacola, que eu estupidamente acedi, mesmo perguntando: Porquê?....A intenção deles para mim era óbvia desde o inicio, estorquir dinheiro....de qualquer forma, tentando encontrar algo em que pudessem pegar. Neste caso, seria a minha falta de documentos....pediram por outras palavras dinheiro...eu tinha 200 mt (7 euros) e pediram o telele do meu amigo. Conversámos os dois à parte e claro que nunca na vida iriamos dar-lhes o telele, antes ir para a esquadra. Mas como eu não quero, nem posso ter problemas com a policia, pois a minha autorização de residência está nos serviços de migração para despacho.....disse-lhes que o telele não, o dinheiro sim.....e que não esperava ser recebida assim em Moçambique (fingindo ser uma recém-chegada).
O meu amigo, Moçambicano fez igualmente o choradinho.....e lá conseguimo-nos safar daqueles parvalhões (c o telemovel no bolso e sem o dinheiro), pois ainda tiveram o descaramento de nos dizer "quando um precisa, até as calças tem de baixar"....
Basicamente mandaram-nos parar, porque ele é preto e eu sou branca (desconfiam da mistura de raças); Eles recebem cerca de 75 euros por mês, logo acham-se no direito de roubar os cidadãos, que é uma prática comum neste país por parte da policia. Não é salário decente, já se sabe, mas depois fazem tudo para extorquir gente honesta, fazendo chantagem e ameaçando.
Também o fazem com Moçambicanos, não se pode mostrar medo nunca, mas também não podemos ser agressivos, porque eles têm armas....esta é a realidade de um país que está longe de chegar à democracia, com saláros decentes, sem corrupção, e com condições para o povo poder viver sem "pidir" dinheiro ou o que seja para poderem viver.

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