terça-feira, 10 de março de 2009

Onde há crise, há esperança




O Padre Vasco Pinto Magalhães, um jesuita que conheço e pessoa que admiro, com o qual já tive algumas boas conversas, um homem sábio, editou em Dezembro último este livro, "Onde há crise. há esperança", da editora tenacitas. Comprem, porque as suas palavras confortam e animam, sem sairem da realidade! Aqui ficam alguns das seus "pensamentos":
Tudo em nós é um processo de maturidade de vida, de identidade pessoal, de maturação de sentimentos. É um trabalho que cada um pode e tem de fazer consigo próprio e que depende muito das relações que tem com os outros. Por um lado tem de ser o próprio a agarrar a sua própria realidade com ambas as mãos, por outro é uma coisa que ninguém faz sozinho. É velha esta verdade de que ninguém se consegue aceitar a si próprio se não se experimenta aceite por outro.
É útil meditar na alegria que temos no meio de nós e que tantas vezes não aproveitamos por distração, por andarmos desfocados a absolutizar o que não interessa, a reinventar falsas seguranças, à espera de deuses por empréstimo. Estes falsos deuses do sucesso fácil e do egoísmo não trazem alegria mas são os que anunciamos todos os dias!É útil meditar na alegria que temos no meio de nós e que tantas vezes não aproveitamos por distração, por andarmos desfocados a absolutizar o que não interessa, a reinventar falsas seguranças, à espera de deuses por empréstimo. Estes falsos deuses do sucesso fácil e do egoísmo não trazem alegria mas são os que anunciamos todos os dias!

"Serendipismo", uma palavra que vem da cultura oriental e passou para a psicologia, significa o dom ou a capacidade de encontrar respostas, coisas valiosas e agradáveis, sem as procurar directamente. A paciência ajuda muito a este fenómeno, que não é nenhuma magia nem é meramente sorte. Acontece, imensas vezes, as coisas aparecerem sem as procurarmos. Temos essa capacidade quando estamos numa atitude de abertura e liberdade interior, quando andamos com as antenas ligadas, sem ansiedade nem stress. Sabemos que as coisas vão acontecer na hora certa e que a realidade está sempre a ensinar-nos, ainda que por linhas tortas.

É decisivo para o seu crescimento saudável que a pessoa, desde muito cedo, se sinta aceite. Aceite não significa um sentimento de indiferença, um tanto me faz, um eu engulo tudo, um como te apetecer sem verdade nem exigência. Aceitar outra pessoa significa dar a essa pessoa a possibilidade de ela estar diante de mim sem que tenha necessidade de se defender, de se mascarar ou de estar na expectativa de aprovação. Significa que pode ser ela própria.

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